CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, junho 14, 2019

ÓSCAR RAMOS (1939-2019)


Junho tem nos castigado!


Oscar Ramos - A Crítica
Nascido em Itacoatiara (AM), morreu ontem este respeitado artista plástico e gerenciador de movimentos artísticos na cidade. Aos oitenta anos, depois de breve internação hospitalar. Foi velado no Centro Cultural Palácio Rio Negro e sepultado hoje no cemitério São João Batista.
Estive no PRN para as despedidas, quando em silêncio refiz o itinerário que me levou em várias oportunidades ao Óscar.

Em 2004, decidi homenagear um saudoso professor de meus tempos de Seminário, padre-poeta Luiz Ruas, autor de Aparição do clown (1958). Trata-se de um longo poema religioso que, pela sua complexidade, segue exigindo interpretação.
A capa do livro era obra de Óscar Ramos, amigo de L. Ruas, que me recebeu com sua lhaneza peculiar para explicar a concepção e a elaboração do trabalho gráfico, elaborado manualmente. É fácil entender, as artes gráficas não possuíam a tecnologia hoje disponível. Daí, pois, o valor alcançado pelo ofício.
Pouco mais adiante, ao elaborar uma pesquisa sobre os livros publicados (impressos) em Manaus entre 1900 e 1960, entendi a primazia do Óscar. Lá estava o Aparição... marcante, balizando, quebrando aquela simetria de tantas capas padronizadas, elaboradas à beira do rio Negro.

Ainda nessa primeira conversa, Óscar me ajudou fartamente com apreciações sobre seu amigo Ruas, colaborando naquilo que “parece” uma biografia do reverendo – L. Ruas: itinerário de uma vocação.

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Voltamos a conversar, sempre sobre os artistas amazonenses, um deles, Anísio Mello, morto há nove anos e que foi “esquecido” pelos seus contemporâneos. Nesse sentido, meu último papo com o Óscar aconteceu na sede do Paço Municipal, quando ele me declarou que neste 2019 iria produzir duas exposições, sobre dois astros da casa: Moacir Andrade e Anísio Mello.
Não vão sair, claro. Porém, nesse momento, Óscar já se desculpou com os velhos camaradas de tintas e pinceis, de sonetos e cinema. E de raríssimo valor artístico.

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