O
retrato a óleo de Eduardo Ribeiro com moldura dourada foi surrupiado do IGHA. A
informação compete ao autor do trabalho semanal Velhos Tempos (*) e membro da mesma agremiação literária, André
Jobim.
Apesar
do esforço da presidência, creio que a referida imagem não mais voltou para a Casa de Bernardo Ramos.
Gravura de Eduardo Ribeiro |
Quando iniciamos as obras no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas
e à medida que íamos para o caso, [em seus] pertences, além de algumas falhas
em sua grande biblioteca, notamos a falta, por incrível que nos pareça, de um
retrato a óleo, com moldura dourada, igual a um que temos lá do presidente
Campos Sales, o do saudoso governador do Amazonas, Dr. Eduardo Gonçalves
Ribeiro, que juntamente com o outro quadro, formava a dupla igual no Salão
Nobre.
Não nos limitamos aqui a reclamar, porque já demos ciência ao nossa presidente,
Des. João Pereira Machado Junior, mas mesmo assim, solicitamos a quem o levou,
por engano ou mesmo tivesse comprado de alguém, a finesa de o devolver porque,
estamos no encalço do referido quadro e aonde o encontrarmos, daremos ciência à
presidência e concomitantemente à Polícia, para as providências que se fizerem
justas para o caso.
O Instituto nunca foi, nem será propriedade de ninguém, para que de lá
se retire um objeto e não o devolva.
O retrato de Eduardo Ribeiro é por nós conhecido e onde ele estiver,
faremos tudo para que volte ao seu lugar. Portanto, quem o tiver, que nos
devolva, contando como foi ele parar em suas mãos.
Um gaiato do Sul, metido a jornalista, mas que não passa de um safado,
também levou, segundo comunicações do Dr. Geraldo Pinheiro, um par de esculturas
de anjos, da Capela do Forte Príncipe da Beira, que também estavam no Instituto.
Ele, o tal sujeito, mora no Rio de Janeiro e os dois anjinhos foram vistos em seu
apartamento. Vamos sindicar para comunicar oficialmente a Polícia do Estado da
Guanabara para que nos sejam devolvidos.
Estamos fazendo um tombamento geral do que temos no Instituto, procurando
desta forma, saber de muita coisa que lá existia. Estamos percorrendo, as atas
e as notas de doações, como também possuímos cópia de todo o material do Museu
Rondon que foi vendido àquele Instituto por Crisanto Jobim; para que não
encontre dificuldades, avisamos que no final, as faltas serão anotadas, para o
processamento devido de requisição a quem as tiver.
Este aviso era para ser dado há muito tempo, o tempo não nos deixou fazer
e somente agora, que de perto estamos vendo, verificando e contando, é que
chegou a hora, não perdoaremos...
Portanto, quem ver um retrato num quadro dourado de Eduardo Ribeiro, avise-nos,
será bem gratificado.
(*) Coluna Velhos Tempos.
O
Jornal, 23 de
outubro de 1969
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