Plínio Coelho |
Plínio Coelho estava prestes a assumir o governo estadual.
Trabalhou, durante 37
anos de atividades, com 34 governadores (*)
Palácio Rio Negro |
É
o “marechal”, o mais antigo servidor do Palácio Rio Negro – Ficará até o dia
31, abraçará Plínio Coelho e, assim, poderá criar pinto mais descansado
O “Marechal”, do Palácio Rio Negro,
cuja fama atravessou os jardins palacianos, e é conhecida em toda a cidade, há
longo tempo, um velho de setenta e um anos de idade, alegre e falador, filho do
Rio Grande do Norte, apenas, por que amazonense de coração, diz ele.
Reside na rua Duque de Caxias, 555,
numa casinha bem cuidada, feliz e satisfeito, por que cumpre o seu dever chegou
ao último quartel da vida sem ter praticado um ato desonesto ou indigno.
O “Marechal”, ontem, falando a um
dos nossos repórteres contou a sua vida, agitada e calma, na sua opinião, e
disse, de princípio: “o meu nome é Manuel Fernandes de Lima, mas até gosto
quando me chamam de Marechal".
Depois, o falante porteiro
aposentado do Departamento de Águas e Esgotos, aposentado em 1948, mas sempre
na "ativa" no Palácio Rio Negro, afirmou: “apesar de aposentado não
deixei o Palácio. Trabalho desde janeiro do 1917 e permanecerei na função até
31 de janeiro de 1955.
Abraçarei o novo Governador e estarei
à sua disposição. Se ele precisar de mim, eu voltarei para servir na sede do
governo. Escreva, meu amigo, que servi aos seguintes governadores, como porteiro:
Pedro Bacelar, Rego Monteiro, Luciano (sic)
Turiano Meira, Ribeiro Junior, Coronel Barbosa, Alfredo Sá, Efigênio de Sales,
Monteiro de Souza, Dorval Porto, Junta Governativa, Floriano Machado, Álvaro Maia,
Comandante Coimbra, Waldemar Pedrosa, Nelson de Melo, Padre Manuel Monteiro, Rui
Araújo, Stanislau Afonso, Júlio Nery, Sizeno Sarmento, Nogueira da Mata, Leopoldo
Neves, Carlos Melo, Menandro Tapajós, Negreiros Ferreira, Júlio Carvalho Filho,
Areal Souto, Alfredo Marques da Silveira, José Francisco da Gama e Silva, Paulo
Marinho, Rocha Carvalho, Oyama Ituassu, Coriolano Lindoso e Perseverando Garcia.
Aí está o resumo de uma história interessante:
um homem ligado à história como figura próxima aos seis governadores. “Marechal”
é um tipo que faz parte da vida de Manaus. Velho bom, cordial e muito atencioso,
as suas zangas ligeiras não são consideradas, porque os seus cabelos brancos merecem
respeito e acatamento.
Desde 1917 no Palácio. Vai sair,
agora, e diz que voltará se for convidado. Aposentado, a saudade foi mais forte
e ele voltou para o trabalho.
Uma pergunta: será que “Marechal”
deixará mesmo o Rio Negro? Será que ele sabe viver sem trabalhar na sede
governamental? Ninguém pode responder, talvez nem mesmo o “Marechal”. (*) Jornal do Commercio, 23 de janeiro de 1955
Nenhum comentário:
Postar um comentário