Mais um capítulo da história desta corporação. Em 19 de fevereiro de 1878, Silvério José Nery, major reformado do Exército, assume o comando da Guarda Policial, hoje Polícia Militar. Nery foi nomeado pelo 2º vice-presidente da Província, Guilherme Moreira, assegurando que nesse oficial “concorrem todas as qualidades necessárias para imprimir a ordem e disciplina no corpo de seu comando”.
Este comando perdura até 25 de novembro, quando Nery se afasta por doença, todavia, “na noite de 27 exalou o último suspiro, (...) seu cadáver foi ontem sepultado às 4 e meia horas da tarde, no cemitério São José”, segundo divulga o jornal Amazonas, de 4 de novembro. Desativado este cemitério, o local foi ocupado pela sede do Atlético Rio Negro Clube, em frente a Praça da Saudade, recentemente reformulada.
Major Silverio José Nery
A morte deste comandante possui um ineditismo, trata-se do único comandante a falecer no exercício da função, em mais de 170 anos de atividade da força militar estadual.
Silvério Nery, o patriarca, nasceu no Pará, em 1818. Assenta praça no Exército ainda em Belém, aos 18 anos. Prospera na atividade militar, obtendo o posto de alferes, em 1853. Com a mudança hierárquica, é transferido para a guarnição do Amazonas. Aqui constitui família, casando-se com Maria Antony. Em 1860 é promovido ao posto de tenente. Quando da Guerra do Paraguai alista-se voluntariamente e participa do conflito. No campo de batalha, em 1º de junho de 1867, é promovido a capitão. Ferido por tiro de fuzil, ainda no Paraguai, adquire uma “anquilose no joelho direito”, que lhe impedia a “locomoção ativa” (termos de sua inspeção de saúde).
Paulo Nery, 1958 |
Nery legou à sociedade numerosa e inesquecível linhagem que, por mistérios pouco conhecidos, estimula permanente contenda entre admiradores e desafetos. Essa disputa envolve tanto os pesquisadores acadêmicos, quanto os cultores da tradição oral.
Quatro de seus descendentes assumiram o governo do Amazonas: os filhos Silvério José Nery (1900-04) e Antônio Constantino Nery (1904-07) e os netos Júlio José da Silva Nery (1945) e Paulo Pinto Nery (1982-83).
Em 7 de Março de 1878, toma posse do governo do Amazonas o barão de Maracaju, coronel do Exército Rufino Enéas Gustavo Galvão. Seu currículo, aposto nos editos e demais documentos, propalava ser o mesmo bacharel em matemática; coronel do corpo de engenheiros; dignatário da Imperial Ordem do Cruzeiro; cavaleiro de São Bento de Aviz e da Rosa; condecorado com as Medalhas do Mérito Militar, Rendição de Uruguaiana e Campanha do Estado Oriental (1852), e do Paraguai; Presidente e Comandante das Armas da Província do Amazonas.
O barão não era pouca coisa!
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