Mas o comandante Ventura não foi apenas o dirigente dessa força. Ele era um empreendedor consagrado: administrava sua pequena indústria; socorria aos necessitados; aos filhos dos hansenianos; participava do teatro do Luso (clube da colônia portuguesa, situado no entroncamento das ruas Tapajós com Monsenhor Coutinho), hoje ocupado por um departamento da Uninorte.
Também como já relatado, a organização voluntária havia obtido recursos para aquisição de veículo especializado contra incêndios. E seguía se destacando cada vez mais diante da pobreza que cercava a cidade de Manaus. Tanto, que substituía com vantagens o organismo oficial dos Bombeiros. Estes, sem equipamentos e transporte, "escondiam-se" em um Quartel adaptado localizado nos fundos da antiga sede da Prefeitura de Manaus, na Praça Dom Pedro II.
O Jornal, Manaus, 13 Maio 1960
O acidente de trânsito aconteceu no cruzamento mais conhecido de Manaus - avenida Sete de Setembro com a Eduardo Ribeiro. Um ônibus da Transportamazon (empresa estatal criada pelo governador Plínio Coelho) colidiu com a viatura de transporte pessoal dos voluntários. A única vítima fatal foi o senhor Constantino Machado. De nacionalidade portuguesa, deixou a viúva Maria Machado e três filhos.
A notícia veiculada por outro matutino:
Descia a avenida Eduardo Ribeiro o Transportamazon 18, quando ao atravessar aquele cruzamento com sinal a seu favor, surge descendo a 7 de Setembro o carro 3 dos Bombeiros com a sirene aberta em grande velocidade. Ao perceber o carro dos bombeiros o chofer do ônibus não teve mais tempo de frear seu carro, tentando atravessar a rua antes do outro para evitar o desastre no que foi infeliz, pois o carro 3, foi atingido na altura das rodas traseiras, capotando em seguida na sarjeta que dá para a Matriz. (...)
Apesar da grave perda, ainda assim os voluntários prosseguiram sob a decidida conduta de seu comandante. Não por muito tempo, pois, um ano depois, novo acidente de trânsito mata o idealizador e condutor dos Bombeiros Voluntários.
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