Novo capítulo sobre a história da Guarda Policial, atual Polícia Militar do Amazonas, no período provincial, compartilhado do meu almejado livro Guarda Policial (1837-1889).
Santa Casa de Misericórdia - Manaus |
Terceiro Quartel da Guarda Policial
A
Guarda Policial passa a ocupar, em 1º de novembro de 1878, uma ala do hospital
de caridade então em construção, a conhecida, porém desativada – Santa Casa de
Misericórdia, situada à rua Dez de Julho. Trata-se do terceiro endereço da
Guarda Policial do Amazonas.
Acerca
dessa mudança, o Jornal do Amazonas (1º nov.) assinala a sensatez do
presidente da Província, barão de Maracaju, pois “o quartel da Guarda Policial
não devia permanecer em casa alugada”. No entanto, é simples especular sobre a
mudança para o imóvel em construção, que deve ter trazido mais incômodos que
benefícios. O esclarecimento – singelo e corriqueiro – sobre esse imprevisto
provém do próprio presidente, encontrado na Falla da abertura da 14ª
Legislatura da Assembleia Provincial (29 mar. 1879):
Achando-se pronta a parte ocidental do edifício para hospital de caridade, e não sendo possível utilizá-lo ainda, atento o estado financeiro da província e não haver verba para o aumento de despesa que traz o pessoal indispensável para funcionar, resolvi transferir para ela a Guarda Policial, que estava aquartelada em um prédio de propriedade particular sito à Praça Pedro II, poupando-se por esse modo a despesa que se fazia com o aluguel do mesmo prédio.
Novo comandante
Em 2
de dezembro do mesmo ano, após a morte do major EB Silvério Nery, o tenente-coronel
reformado do Exército Manoel Geraldo do Carmo Barros assume o comando efetivo,
“de quem muito se deve esperar”, consoante o anseio do vice-presidente. A
permanência deste oficial na direção da Guarda estende-se até 1º de dezembro do
ano imediato, quando é indicado para comandar a Fortaleza da Barra da cidade de
Santos, na província de São Paulo.
Barros,
natural de Belém do Pará, nascido em 1820, e casado com Idalina Pereira do
Carmo Barros, era militar bastante experiente, pois, esteve servindo na Corte;
em 1854, no Rio Grande do Sul, ao lado do alferes Silvério José Nery; em 1869,
em Desterro (atual Florianópolis), quando comandou a Fortaleza de Santa Cruz; e,
em São Paulo, como 1º diretor da Colônia Militar de Avanhandava (hoje município
de mesmo nome).
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