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segunda-feira, março 11, 2024

PMAM: SEUS PRIMÓRDIOS (29)

Novo capítulo sobre a história da Guarda Policial, atual Polícia Militar do Amazonas, no período provincial, compartilhado do meu almejado livro Guarda Policial (1837-1889).

Santa Casa de Misericórdia - Manaus


Terceiro Quartel da Guarda Policial 

A Guarda Policial passa a ocupar, em 1º de novembro de 1878, uma ala do hospital de caridade então em construção, a conhecida, porém desativada – Santa Casa de Misericórdia, situada à rua Dez de Julho. Trata-se do terceiro endereço da Guarda Policial do Amazonas.

Acerca dessa mudança, o Jornal do Amazonas (1º nov.) assinala a sensatez do presidente da Província, barão de Maracaju, pois “o quartel da Guarda Policial não devia permanecer em casa alugada”. No entanto, é simples especular sobre a mudança para o imóvel em construção, que deve ter trazido mais incômodos que benefícios. O esclarecimento – singelo e corriqueiro – sobre esse imprevisto provém do próprio presidente, encontrado na Falla da abertura da 14ª Legislatura da Assembleia Provincial (29 mar. 1879):

Achando-se pronta a parte ocidental do edifício para hospital de caridade, e não sendo possível utilizá-lo ainda, atento o estado financeiro da província e não haver verba para o aumento de despesa que traz o pessoal indispensável para funcionar, resolvi transferir para ela a Guarda Policial, que estava aquartelada em um prédio de propriedade particular sito à Praça Pedro II, poupando-se por esse modo a despesa que se fazia com o aluguel do mesmo prédio. 

Novo comandante 

Em 2 de dezembro do mesmo ano, após a morte do major EB Silvério Nery, o tenente-coronel reformado do Exército Manoel Geraldo do Carmo Barros assume o comando efetivo, “de quem muito se deve esperar”, consoante o anseio do vice-presidente. A permanência deste oficial na direção da Guarda estende-se até 1º de dezembro do ano imediato, quando é indicado para comandar a Fortaleza da Barra da cidade de Santos, na província de São Paulo.

Barros, natural de Belém do Pará, nascido em 1820, e casado com Idalina Pereira do Carmo Barros, era militar bastante experiente, pois, esteve servindo na Corte; em 1854, no Rio Grande do Sul, ao lado do alferes Silvério José Nery; em 1869, em Desterro (atual Florianópolis), quando comandou a Fortaleza de Santa Cruz; e, em São Paulo, como 1º diretor da Colônia Militar de Avanhandava (hoje município de mesmo nome).

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