A lembrança de um local esportivo que marcou a cidade de Manaus, espalhando emoções próprias da época: o velódromo Álvaro Maia (então governador estadual), pertence ao Ed Lincon. A edificação em nossos dias desapareceu, substituída por construções modernas tendo como referência, a mais frequentada, o Habib's.
VELÓDROMO "ÁLVARO MAIA"
Esse divertimento igualava-se ao futebol de hoje em que as famílias
participavam animadamente torcendo por seus atletas favoritos. Alguns
corredores marcaram época em Manaus, como: Neira, corredor espanhol; José
Bento, português e Alcebíades Alves, brasileiro.
O Velódromo "Recreio" era o maior do Brasil, quando deixou de
funcionar. Depois, no mesmo lugar, foi instalado o Velódromo "Álvaro
Maia", todo construído em alvenaria pelo engenheiro Deodoro D'Alcântara
Freire, em 1944, e concluído com ajuda financeira do então Interventor Álvaro
Maia em 1945. Esse velódromo tornou-se o único no país e o segundo da América
do Sul.
A frente dele ficava na rua Santa Isabel, os fundos na av. Costa e Silva
e a lateral na rua Urucará. Funcionava nos finais de semana, feriados e
comemorações festivas. Algumas vezes no meio da semana, tomava parte em algum
evento importante.
Esse estádio velocipédico e recreativo tinha 1.430 m2 de área
para patinação, ténis, boxe, basquetebol, voleibol e exercícios ao ar livre. A
pista, magnificamente arquitetada por seu idealizador tinha 225m à corda e 35º de
inclinação, além de possuir cabines, vestuário, banheiros, departamento médico
etc.
Os tipos de corridas apresentadas nessa época eram as de motocicletas,
marca Indiana; Harley-Davidson e velocete e as de bicicletas, próprias para as
pistas, com aros de madeira, pneus de seda e pião preso com roda livre, isto é,
sem freio. Das marcas utilizadas eram as mais comuns a Pejour e a Raleg.
O tempo foi passando... não conformado com a participação de apenas
corredores brasileiros, o Dr. Deodoro D'Alcântara Freire resolve partir para o
exterior a fim de contatar com proprietários de outros velódromos e efetuar
acertos de intercâmbios quanto a exibição dos atletas, sem que para isso
tivesse que pagar. Seu sonho, no entanto, não chegou a tornar-se realidade,
vindo a falecer em 1950 quando retornava dessa viagem.
Morto o proprietário, alguns anos depois a família desfez-se da praça de
esporte, vendendo-a à firma comercial do Dr. Benzecry que a adquiriu pela
importância de duzentos e vinte cinco mil cruzeiros [Cr$ 225.000,00]. Este
empresário transformou as arquibancadas, as casas utilizadas para massagens, depósitos
de bicicletas, enfermaria e posto médico em dependências para aluguel. Hoje, no
local existe um depósito da Serraria Moss.
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