Pe. Plácido |
Em 1950, num comício no bairro de Educandos,
então conhecido por Constantinópolis, ocorreu um desentendimento, semelhante a
velha piada do bêbado que atazana o candidato. Nessa noite, a polícia interferiu,
dando motivação a notícia fantasiosa que segue, sacada do melhor jornal da cidade.
Para melhor entender, nesse ano a disputa pelo
governo do Estado era travada por Álvaro Maia, que afinal venceu, e Severiano
Nunes. O tabloide, defensor de Maia, como facilmente se pode notar noticiou um episódio
inverossímil.
4 TIROS DE FUZIL CONTRA O PEITO DE UM SACERDOTE (*)
O padre Antonio Plácido vítima dos udenistas
Caso dos mais revoltantes registrou-se à noite de domingo último, no populoso bairro de Constantinopolis, quando ali se realizava um minguado comício da União Democrática Nacional, facção político-partidária que já faliu completamente no seio acertado da opinião popular, pelas atitudes sórdidas e antidemocráticas de seus desenfreados líderes.
Horas tantas da noite daquele dia, o povo daquele laborioso bairro, que acompanha para toda o libertador Alvaro Maia, revoltando-se com os ataques indignos que os udenistas vinham lançando contra a Frente Libertadora, começou a vaiar os oradores da "eterna bandalheira" e a dar vivas estrondosas ao ínclito senador da libertação.
Como costumeiramente acontece, logo foi convocado a Polícia Civil do Estado que, cumprindo ordens absurdas de seus chefes, começou a ameaçar o povo, de baioneta calada, como se o povo ordeiro de Constantinopolis, fosse uma massa de criminosos vis e pestilentos.
Em dado momento, um pobre cidadão, velho já de idade, porém com liberdade de consciência, resolveu dar um viva ao senador Álvaro Maia e bastou isso para que os beleguins da Polícia, assalariado do governo nefando que infelizmente domina o Amazonas e o infelicita às raias do absurdo, desse ordens para que os seus subordinados agissem conte a o referido cidadão, silenciando-o de qualquer maneira.
Naturalmente procurando livrar-se da sanha iniseravel dos algozes da coletividade amazonense, torpes perseguidores e infelizes tripudiadores das liberdades públicas e individuais, o pobre ancião pediu ao socorro à alma boa e caridosa do padre Antonio Plácido, paróco da igreja de Constantinopolis.
Cumprindo um velho mandamento do Divino Mestre, padre Plácido, que nunca negou abrigo aliviador a quem quer que seja, recolheu na casa de Deus o referido cidadão, livrando-o assim da fúria desenfreada dos policiais, principalmente do indigno, nojento, maltrapilho, burro, ofensor da moral alheia, indivíduo que ja bateu em sua própria mãe, portanto, desclassificado, Geraldo Dias. Tudo parecia acalmar-se com a atitude generosa e humana do padre Plácido, quando os beleguins udenistas detonaram por 4 vezes os seus fuzis, sobre o benquisto sacerdote da Igreja de Cristo, num verdadeiro sacrilégio e num virulento ataque à própria Casa de Deus, já que mencionado sacerdote reside ali.
Felizmente nenhuma das balas atingiu o alvo desejado pelos da "eterna bandalheira". Felizmente aconteceu isso e o padre Placido esta para contar a verdade dos fatos, depois que pediu providências às autoridades federais.
(*) O Jornal, 12 de setembro de 1950
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