Waldir Garcia
Coube ao presidente Nilo Peçanha, depois de vinte anos de implantado o regime republicano, a feliz iniciativa de, através do decreto n.º 7.566, de 23 de setembro de 1909, instituir as Escolas de Aprendizes de Artífices, em número de dezenove, uma em cada Estado, com exceção do Rio Grande do Sul, onde já existia o Instituto Parobé, anexo à Escola de Engenharia local, que a partir dessa data ficou sendo subvencionado pelo governo federal.
Waldir Garcia, no Jornal do Commercio, 1971 |
Segundo o testemunho do professor Ildefonso Olindo dos Santos, um dos primeiro alunos, a Escola de Aprendizes de Artífices foi instalada na rua Urucará, numa chácara de propriedade da família [Raymundo] Afonso de Carvalho. Posteriormente, funcionou, a título precário, no edifício da Penitenciária do Estado, passando daí a um prédio de madeira, onde se ergue hoje o mercadinho da Cachoeirinha, logo ao fim da ponte Benjamin Constant, na rua Humaitá.
Em 1942, já com a denominação de Liceu Industrial de Manaus, que lhe foi conferida por força das modificações introduzidas no então Ministério da Educação e Saúde, em decorrência das diretrizes determinadas no art. 129 da Constituição de 10 de novembro de 1937, instalou-se no atual edifício, na avenida Sete de Setembro n.º 1.975, ocupando a área de 24.649m2, a essa época com área construída de 5.887m2 e capacidade para 400 alunos, inclusive 100 internos.
Penitenciária do Estado, onde funcionou a Escola Técnica Federal |
A lei orgânica do Ensino Industrial de 1942 (Decreto-lei n.º 4.073, de 30 de janeiro de 1942) trouxe novas diretrizes ao ensino técnico-industrial, em conformidade com a nova filosofia educacional adotada pelo Estado Novo, então imperante, que a essa altura enfatizava o progresso industrial.
E, por força do art. 8.º do decreto-lei n.º 4.127, de 25 de fevereiro de 1942, o Liceu Industrial passou a chamar-se Escola Técnica de Manaus, até que pela Portaria n.º 239, de 3 de setembro de 1965, do ministro da Educação e Cultura, arrimado na Lei n.º 4.795/65, passou a denominar-se Escola Técnica Federal do Amazonas. Essa escola singular, hoje um suntuoso edifício, muito bem instalado e equipado, dirigido e orientado com eficiência para cumprir a sua grande parcela no processo de integração do Amazonas, no pertinente à formação de mão de obra especializada para a indústria local e regional.
Nos seus 61 anos de existência, a Escola Técnica Federal do Amazonas teve, em ordem cronológica, os seguintes diretores titulares:
Doutores Saturnino Santa Cruz de Oliveira; Generino Maciel; Esmeraldo Coelho; Tibiriça de Oliveira; Esmeraldo Coelho (novamente); Antonio Carlos de Mello Barreto; Luiz Paulo Sarmento; professor Hildemar Paes Barbosa; doutor Sylvio Serra de Menezes; professor Dario Faria de Lima; doutor Waldir Garcia; professores Guilherme Pinto Nery e Hugo Mário Tavares; doutores Dario Vizeu; Oyama César Ituassu da Silva; José Ribamar Costa; Roberto de Melo Barreto e, atualmente, Lupercínio de Sá Nogueira Filho.
Com a reforma do Ensino Industrial instituída pela Lei n.º 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, a Escola Técnica Federal do Amazonas passou a ser administrada por um Conselho de Representantes, composto de seis representantes da comunidade, escolhidos pela presidência da República, e por um diretor executivo, nomeado pelo presidente do Conselho. (segue)
Notas:
Publicado no Jornal do Commercio, Manaus, 5 out. 1971.
O autor, o saudoso Waldir Garcia, foi presidente da Escola Técnica Federal do Amazonas, e juiz de direito, tendo exercido a função na Auditoria Militar da PM do Amazonas.
Afonso de Carvalho foi coronel da Polícia Militar e seu comandante, entre 1892-96, depois eleito deputado estadual. Ao assumir a presidência do Poder Legislativo, em 1907, assumiu o governo do Estado. Possuía a chacara entre a rua Borba e Urucará.
Sou filho de Dario Farias de Lima. Nascí aí no Amazonas com muito orgulho!Sei que o trabalho do velho foi bom. Obrigado!
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