Benayas Inácio Pereira
cronista, poeta e amigo do Reis
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UM BATE-PAPO SURREALISTICAMENTE UTÓPICO COM SEBASTIÃO REIS
“E aí Reis, tudo bem? Poxa, estou morrendo de saudades e parece que foi ontem que você viajou. Pensando bem, como o tempo passa rápido, não?
Se quiser que eu conte as novidades por aqui, eu posso relatar, mas elas não são tão alvissareiras como você gostaria de ouvir.
No jornalismo local, a coisa está para lá de marrom. Os jornais, como que obedecendo a ordens superiores, exaltam os políticos que de uma forma ou outra ‘sustentam’ financeiramente a permanência deles, ocorrendo por isso, um paradoxo nos noticiários. Em outras palavras, cada jornal publica o que os ‘verdadeiros donos’ determinam.
Meu olhar adentra para as redações e não consigo enxergar um novo Reis, o que comprova que o seu trono ainda se encontra desocupado. Por falar nisso eu ainda continuo fora daqueles projetos que estávamos elaborando.
Na música nada de novo. No palco iluminado as luzes não foram trocadas e o brega que tanto condenávamos continua dando as cartas. Tenho ouvido bastante as canções do nosso tempo, principalmente MPB, aquelas que vivíamos entoando.
Nossos amigos são ainda os mesmos. Tenho visto pouco o Marcelo que nos acompanhou no último almoço quando rimos descontraidamente e tivemos muito tempo para falar de Reiquixás, cacófatos e palíndromos. Não tenho visto o Júnior Lima, tendo apenas conversado com ele ao telefone. Sei que ele continua batalhando na música e jamais abandona seu violão. Encontro-me algumas vezes com o Cláudio Barboza e, sempre sobra um tempinho para falarmos de você e de sua viagem inesperada. Com a Betsy Bell, não tenho conversado apesar da perene amizade que nutrimos por ela.
Dias atrás eu dei uma boa olhada em umas fotos que o Pedro pôs no meu computador. São fotografias tiradas lá no jornal, “O Estado do Amazonas”. Você aparece em muitas delas e, em algumas, sua cara está engraçada que só. Eu ainda lembro-me bem de quando você dizia que uma redação igual àquela, nunca mais, pois lá, era uma verdadeira família.
O Sebastião Assante está meio sumido, mas sei que ele continua com o mesmo apreço que sempre teve por você. Sobre a Rebecca, tenho tido contatos com ela apesar de sua vida atribulada, todavia sempre tocamos no seu nome e nos comovemos.
Tenho visto e falado com o Joaquim Marinho e, menos um pouco com o Limongi.
Na política, nada de novo e os nomes são os mesmos. Muda-se a sopa, mas permanecem as moscas. Na literatura, caro Reis, perdemos algumas personalidades importantes, entre elas o nosso amigo Anibal Beça. Quase me esqueço, o Lombardi do qual fazíamos imitações também viajou. É a vida escrevendo seu ciclo.
Acredite que a ficha sobre a sua viagem ainda não caiu por inteiro. Continuo tentando absorver, mas permaneço incrédulo. Ah, assim que você viajou, enviei um e-mail ao seu amigo Antero Greco que está na ESPN, falando da sua ida. Como você pode notar pouca coisa aconteceu por aqui.
Voltando ao nosso último almoço, recordo-me que havíamos marcado encontro para uns dias depois, porém, não foi possível em razão das circunstâncias e armadilhas que a vida nos prepara, mas o que se vai fazer?
Bem, penso que você deve estar ocupado e não pretendo aborrecê-lo mais. Vou me despedir mandando um abraço de ‘até breve’. Se encontrar com o Aguinelo, mande minhas recomendações. Tchau”.
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