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domingo, outubro 23, 2022

DESASTRE DO PP-PDE: MORTOS (1962)

 Tripulantes mortos

A tripulação em número de sete, integrada por uma mulher (comissária), conduzia o PDE desde o Rio de Janeiro e, tendo o avião passado o dia (13 de janeiro) no aeroporto Val-de-Cans em reparos, prosseguiu na direção. A agência da Panair do Brasil em Manaus informou que os restos mortais destes – se forem entregues - serão transportados para o Rio (destino inicial da aeronave) para sepultamento. No entanto, um diário manauara publicou (24 dez.) que os corpos da tripulação não foram encontrados; daí certamente o problema causado à família do comissário Ruy Pereira. Afinal, o corpo do comandante foi inumado na capital paraense.

PP-PDE em aeroporto brasileiro não identificado

 

1.  Dalvo da Costa – comandante

Ingressou na Panair do Brasil em 1941, possuindo ao tempo do acidente 20 mil horas de voo, era considerado profundo conhecedor da região amazônica. Ainda porque exerceu a função de chefe de operações da empresa. Há cinco anos estava no comando de Constellation. (Jornal do Commercio, 19 dez.). Era casado e possuía três filhos.

Seu sepultamento ocorreu em 27 de dezembro, na necrópole de Santa Isabel da capital paraense, ocasião em que o destaque operacional deste profissional ficou evidenciado com a presença de colegas aeroviários de todas as companhias aéreas. No ensejo, falou o presidente da classe Vicente Queiroz (A Província do Pará, 28 dez.).

2.   Kenir Barcelos da Silva – copiloto

Durante largo tempo foi piloto sediado em Manaus, no comando de aviões Douglas e Catalina, tendo acumulado 8 mil horas de voo na região amazônica. Seu ingresso na Panair ocorreu em 1952. Casado e pai de três filhos, morou no Boulevard Amazonas (hoje de Álvaro Maia), ocasião em que granjeou ampla rede de amizade, tantos amigos que, no transcurso do primeiro mês de sua morte, encomendaram uma Missa para registrar o afeto e conclamar a quantos usufruíram deste sentimento com o Kenir.

Jornal do Commercio, 12 janeiro 1963
 

No ano anterior, Kenir havia sido contemplado com o prêmio “Seu Talão Vale um Milhão”, ocasião em que sua esposa confidenciou que o marido seria transferido para a Base-Rio da Panair, onde passaria a conduzir os Constellations, além de que compraria o apartamento familiar. Seu corpo certamente foi transportado para o Rio de Janeiro.

3.   Orlando Medeiros Paiva – rádio telegrafista

4.   Wander Ottoni de Souza – mecânico de bordo

Os comissários abaixo todos eram solteiros:

5.   Fernando Davi Fonseca,

6.   Rui de Almeida Pereira,

Publicação do Jornal do Brasil (Rio, 28 dez.) relata que o “Serviço de Imprensa da Panair do Brasil” informou que o incidente criado com a substituição do corpo deste comissário “por uma pedra e um pedaço de pano tostado”, foi encerrado. E mais, a “empresa deve pagar os honorários por morte até ser legalmente considerado morto e encontrado o cadáver.”

7.      Simonidas Jesus da Silveira.

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