Sede do Piscina Clube, 1973 |
Durante
décadas, funcionaram na cidade os prostíbulos, locais reservados à exploração
da prostituição. As casas de tolerância (uma das alcunhas utilizadas) ou os estabelecimentos
eram conhecidos por nomes extravagantes (Lá
Hoje, Bom Futuro, Saramandaia, entre outros), obviamente
para marcar a localização e atrair devidamente a clientela masculina. O consumo
de bebida alcoólica e uso de outros “baseados” completavam o cardápio e a
noitada. E quase sempre havia uma cena de pugilato, quando não de crimes mais violentos.
Não mais existe esse tipo de “diversão”. No entanto, a falida animação noturna vem
sendo estudada por mestres e professores de áreas do comportamento, assim como por
historiadores (como Aguinaldo Figueiredo) que desejam ao menos mapear a localização dessas instalações.
Para
evitar excessos, então, equipes das Polícias Civil e Militar estavam sempre rondando
no local. Em uma dessas operações, jovens delegados (como se vê pela descrição jornalística)
prenderam jogadores de futebol arruaceiros, envolvidos em briga generalizada no
lupanar “Piscina Clube”, conforme registro do Jornal do Commercio (de 18 fevereiro 1973).
Recorte do Jornal do Commercio, 18 fevereiro 1973 |
Não fosse a intervenção da Polícia Militar, teria havido morte, ontem, por volta das duas horas da madrugada, em frente ao Piscina Clube, quando uma tremenda pancadaria ali se formou, ninguém entendendo mais ninguém. Até aquele horário, o ambiente era de perfeita harmonia naquela boate. Com um número regular de frequentadores, todos se divertiam bastante.
No entanto, uma luta corporal travada entre quatro indivíduos, entre os quais os jogadores do Fast Clube Zé Carlos e Almir, fez com que outras pessoas que se encontravam no salão do Piscina Clube, intercedessem (sic) na "turumbamba ", procurando contornar a situação, mas terminando por complicá-la. Numa fração de segundos, ninguém entendia ninguém. "O pau cantava no centro", as mulheres corriam, alguns frequentadores, aproveitando-se do tumulto, fugiram, para não pagar as despesas.
No auge do conflito, o pessoal da Secretaria de Segurança, entre os quais os Delegados Alfredo Maia, Wallace Bastos, Ananias Gadelha, Djalma Martins, Petrônio Carvalho Tavares e outros, que a poucos instantes se encontravam no "Chapéu de Palha", ali chegaram.
Nesse ínterim, os homens da Rádio Patrulha que ali se encontravam, fazendo as batidas de praxe, procuraram contornar a situação, entretanto, isso só depois de muita pancadaria. Os policiais, com muito esforço, conseguiram agarrar nove elementos, visivelmente embriagados, que se desdobravam diabolicamente no conflito, visto que os demais conseguiram fugir, na hora do "pega prá capar".
Inicialmente, os indivíduos foram conduzidos ao Distrito de Petrópolis e, posteriormente, à subdelegacia do bairro do Japiim, pelo fato de ali oferecer maiores condições para a prisão dos baderneiros. Foram as seguintes as pessoas presas: os jogadores de nomes Zé Carlos (goleiro e zagueiro do Fast Clube), Holanda e Almir, um bancário, o comerciante Edson Rosas, Raimundo Castro de Almeida, Júlio da Silva Alencar e Francisco Cabral da Costa.
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