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domingo, julho 13, 2025

POEMA DOMINICAL DO "POETA DO AZUL"

Conhecido na literatura amazonense como o Poeta do Azul, Ernesto Pennafort certamente iniciou suas composições bem antes dos primeiros livros, marcados por essa tonalidade. Talvez seja o caso do poema de sua autoria, que ilustra a postagem dominical, foi publicado há 70 anos. Aconteceu no diário A Gazeta, edição de 23 de agosto de 1955. 


EMPÁFIA

ERNESTO PENNAFORT

(Do Grêmio Cultural JUVENTUDE MODERNA)

 

És •mulher, és formosa, és fascinante,

Em teu corpo há belezas e esplendores,

Teu sorriso é sempre algo deslumbrante

És como Citera, a Ilha dos Amores...

Ao te olhar, certo estou, diria Dante:

“Tens o perfume das mais lindas flores,

A meiguice do canto exuberante

De um pássaro de penas multicores...”

Mas não te julgues deusa, isso é quimera,

Porque não são as flores mais bonitas

-- Segundo um sábio de longínquas eras –

          Que exalam os aromas mais suaves,

E nem aquele que melhor gorgita

A mais vistosa de todas as aves.

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