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quarta-feira, maio 28, 2025

LUIZ BACELLAR (1928-2012)

Acabo de resgatar uma homenagem prestada ao saudoso poeta Luiz Bacellar, falecido em 2012, publicada no matutino A Gazeta (22 janeiro 1964), cinco anos após a conquista do Prêmio Olavo Bilac, da Prefeitura do Distrito Federal, hoje Rio de Janeiro, com o livro Frauta de Barro. A tertúlia teve o julgamento de poetas de maior expressão nacional. Não obstante a láurea, o amazonense Bacellar optou por viver na margem esquerda do Rio Negro, onde publicou inúmeros poemas e destacados livros, legando a tradição de excepcional mestre. 


“É NATURAL QUE O EFEITO AGRADE /

SEM LEMBRAR OS ANDAIMES DO EDIFÍCIO”

 ---- Todos cantam sua terra, disse um poeta. Luiz Bacellar não quis tanger as cordas da lira, preferindo uma “Frauta de Barro” para, em acordes maviosos, mostrar um cântico todo seu, em louvor à sua cidade. Com suas tradições, suas histórias e estórias. Com variações que encantam pela beleza dos sons.

“Em menino achei um dia / bem no fundo um surrão / um frio tubo de argila / e fui feliz desde então”. De Luiz Bacelar e de seu livro, disseram: “Frauta de Barro” revela-nos, desde o primeiro contato, eficiente domínio do poeta sobre as palavras. Não estamos diante de uma poesia “confissão”, de uma poesia “desabafo”, porém face a uma contida estruturação do poema, face a uma escolha “consciente dos vocábulos”.

E quem disse: Manuel Bandeira, Carlos Drumond de Andrade e José Paulo Moreira da Fonseca. Precisa dizer mais desse moço modesto, desse poeta autêntico, que se chama Luiz Bacellar? Que tem livro custando um mil cruzeiros distribuído pela livraria São José, do Rio de Janeiro. Olhem a cara do moço, na foto, e os que não sabem, fiquem sabendo: é um Poeta. “Seu topo toca no céu / e a sua base se firma / nos alicerces do sono”.

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