Acabo de
resgatar uma homenagem prestada ao saudoso poeta Luiz Bacellar, falecido em
2012, publicada no matutino A Gazeta (22 janeiro 1964), cinco anos após
a conquista do Prêmio Olavo Bilac, da Prefeitura do Distrito Federal, hoje Rio
de Janeiro, com o livro Frauta de Barro. A tertúlia teve o julgamento de
poetas de maior expressão nacional. Não obstante a láurea, o amazonense
Bacellar optou por viver na margem esquerda do Rio Negro, onde publicou
inúmeros poemas e destacados livros, legando a tradição de excepcional mestre.
“É
NATURAL QUE O EFEITO AGRADE /
SEM
LEMBRAR OS ANDAIMES DO EDIFÍCIO”
“Em menino achei um dia / bem
no fundo um surrão / um frio tubo de argila / e fui feliz desde então”. De Luiz
Bacelar e de seu livro, disseram: “Frauta de Barro” revela-nos, desde o
primeiro contato, eficiente domínio do poeta sobre as palavras. Não estamos diante
de uma poesia “confissão”, de uma poesia “desabafo”, porém face a uma contida
estruturação do poema, face a uma escolha “consciente dos vocábulos”.
E quem disse: Manuel Bandeira,
Carlos Drumond de Andrade e José Paulo Moreira da Fonseca. Precisa dizer mais desse
moço modesto, desse poeta autêntico, que se chama Luiz Bacellar? Que tem livro
custando um mil cruzeiros distribuído pela livraria São José, do Rio de Janeiro.
Olhem a cara do moço, na foto, e os que não sabem, fiquem sabendo: é um Poeta. “Seu
topo toca no céu / e a sua base se firma / nos alicerces do sono”.
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