CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, dezembro 05, 2025

PMAM: LENDA DA ALAGAÇÃO

 Começando muito antes, para situar a comédia. Há quase um século, o igarapé dos Remédio foi aterrado, resultando na edificação da avenida Getúlio Vargas e parte da Floriano Peixoto. As águas da chuva corriam em direção ao quartel da Praça da Polícia construído à margem deste igarapé, que já existia desde 1890. Para ingressar no aquartelamento havia, nos fundos, um portão, que pouco protegia quando o toró era amazônico.

Detalhe do aterramento do igarapé, nas cercanias da rua
Saldanha Marinho. Crédito: Manaus na História

Ainda no século passado, há 50 anos, o prefeito Jorge Teixeira (1975-79), ao reordenar a circulação de veículos nos imediações do quartel, fez destruir a Praça Ribeiro Junior ali existente. Para proteger o quartel da invasão de águas pluviais, mandou assentar uma viga de concreto (foto) na extensão da artéria, que em nada contribuiu. Ao contrário...

👆Policiais carregam uma bomba sobre a viga de concreto,
tentando resolver o alagamento - 1980👇



Agora, à lenda disseminada na Polícia Militar. Em um dos tantos alagamentos, a água alcançou um depósito que servia de "arquivo" para certa documentação, em especial, diário oficial. Após o dilúvio, o material inservível foi descartado. Daí surgiu a explicação para quando qualquer documento não era encontrado: a enchente levou, destruiu. Ainda no corrente ano, pessoalmente fui informado por um oficial bem jovem, servindo no quartel de Petrópolis, que o material que eu buscava havia desaparecido naquela "alagação". Desse modo, a lenda segue viva! 

segunda-feira, dezembro 01, 2025

BATARÁ E O FIM DA VIAÇÃO ANA CÁSSIA

Há 50 anos aconteceu a compra da viação do Batará, que tomou a denominação de VIAMA, e desse modo o transporte coletivo foi evoluindo. Manaus, não muito distante, havia se despedido dos ônibus de madeira, e até apreciava o uso de Kombis no tráfego central.
Cassiano Anunciação, ou melhor, Batará havia adquirido o campo de futebol do Guanabara EC, no bairro de Santa Luzia, para montar sua empresa. Morador do Morro, eu perdi o campo de muitos jogos domingueiros, como goleiro do Botafogo, agora, veja a incrível altura do atleta: 1m65. Do outro lado da moeda, já oficial da Policia Militar, ganhei uns compensadores trocados da VIAMA ao organizar os documentos dos ônibus. Explico: quando da criação do IPVA, os ônibus tiveram suspensos os pagamentos, por uma maquinação dos proprietários na Justiça. Acredito que a contenda jurídica ocorreu em todo o país.
Todavia, um dia veio a decisão final, obrigando os donos de ônibus a recolher ao Detran os impostos atrasados. Foi no ensejo que eu me ajustei com uma funcionária da repartição, que funcionava na esquina da rua José Paranaguá com a rua Floriano Peixoto, e lucramos todos, a empresa e os intermediários. 

Jornal do Commercio,
16 setembro 1975

ANA CÁSSIA VENDIDA POR 35 MILHÕES

Depois de servir durante vários anos à comunidade manauara, a empresa de transporte coletivos “Ana Cássia”, foi vendida ao deputado milionário do MDB de Natal, Francisco Rocha. A informação oficial foi dada pelo parlamentar e pelo sr. Cassiano Anunciação, o Batará (foto) na Câmara Municipal de Manaus. Batará, segundo disse em entrevista à imprensa, pretende agora repousar e depois então pensará numa maneira adequada de aplicar o dinheiro. Não confirmou que pretende entrar para o ramo de turismo, conforme se comenta na cidade. A “Ana Cássia” passara a chamar-se VIAMA (Viação da Amazônia) e ganhará mais ônibus.