A presente postagem vem do diário A Gazeta que, em 10 de março de 1964, publicou a foto com ampla legenda do Patronato Santa Teresinha. Incapaz de afirmar todo o trabalho da Congregação Salesiana em Manaus, deixou-nos, contudo, um registro competente sobre este trabalho. A respeito deste empreendimento, recolhi do livro "De Tupan a Cristo", comemorando o jubileu de prata dos salesianos na Amazônia, o texto que segue:
O nome de Álvaro Maia, que vem honrar a primeira turma de normalistas formada no ano passado naquele instituto, afirma a gratidão que os Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora lhe devem como a um dedicado amigo e protetor. Mas, o que melhor ainda atesta a amizade de Álvaro Maia, é o Patronato Santa Teresinha de Cachoeirinha [inaugurado em 1936], que é incontestavelmente a melhor obra de assistência feminina gratuita de todo o Norte do Brasil. (...)
Aproveito, ainda, para externar minha opinião sobre o Patronato, de quem passa diariamente nos horários escolares: vejo um fluxo muito pequeno de alunos deste colégio, as janelas sempre fechadas, o edifício talvez precisando se adaptar aos novos requisitos escolares.
![]() |
Recorte de A Gazeta, 10 março 1964, com a legenda transcrita abaixo |
MAIS DE MEIO SÉCULO DE VITÓRIAS
O terreno era baldio, existindo
na esquina uma velha casa, assobradada, salvo engano de propriedade do sr. Sátiro
Marinho. A casa estava abandonada e um dia, para surpresa dos moradores das
redondezas, ali surgiram umas freiras – mais precisamente: duas – anunciando que
iam ensinar catecismo às meninas e construir um colégio. Eram Irmãs da Congregação
Salesiana, vindas do Colégio N. S. Auxiliadora. Apareciam apenas aos domingos,
ensinando catecismo. Na sala da frente da velha casa ergueram um altar dedicado
à Santa Teresinha do Menino Jesus, onde o saudoso padre Lourenço Gatti, aos
domingos, celebrava a Santa Missa. A casa assobradada foi sofrendo reformas e
adaptações, e surgiu o colégio com aulas de ensino primário e prendas
domesticas.
As duas freiras que por
primeiro ali chegaram – Irmãs Glória e Margarida – foram substituídas, surgindo
a figura firme e progressista da sempre lembrada Irmã Michelina Nokki, para
erguer de fato o Patronato Profissional “Santa Teresinha”, dando novas esperanças
e um futuro mais promissor a centenas de moças e crianças não apenas das ruas circunvizinhas,
mas, também, de Educandos, Praça 14 e Cachoeirinha.
A obra das irmãs salesianas, de
monsenhor Pedro Massa (preferimos chama-lo assim, que lembra melhor a grandeza
de sua luta), foi crescendo e se tornando grandiosa. Mais de vinte e cinco anos
são decorridos, da velha casa apenas resta a recordação para alguns, porque
esse monumento do saber e cultura, de bondade e sacrifício, de abnegação e
coragem tomou o lugar. Desde o Jardim da Infância – modelo até o ginásio industrial,
tudo de graça, dando almoço e jantar a mais de 500 pessoas. O que aparece na foto
nada é em comparação com o que existe lá por dentro, outros edifícios, a majestosa
Igreja, o Museu Etnológico. Recordando nomes como da Irmã Luizinha, que
recentemente deixou a direção do Patronato para ir empregar seu dinamismo, sua
coragem e força de vontade em local onde se faz mais necessária. Este,
leitores, é o Patronato “Santa Teresinha”, que caberia melhor numa ampla
reportagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário