Conto novamente com a colaboração de Renato Mendonça, que visualizou entre tantos festejos o Dia do Índio. Sei que esta terminologia sofre severa restrição, o autor explica com bastante acuidade esta divergência.
DIA DO ÍNDIO
19.04.2025
Sufocado no meio do feriadão — como qualifica a grande mídia ateísta — quase esquecemos que hoje é o Dia do Índio, o Dia do povo primitivo, dos primeiros habitantes dessa nossa terra.
Há três anos,
denominou-se Dia dos Povos Indígenas. Talvez para evitar o preconceito contra a
própria palavra, que na cultura popular tinha a acepção de selvagem, feroz. Em
tempos idos, no primitivismo de nossa colonização, essa denominação foi
verdadeira, afinal eles não tinham como se defender dos desalmados
colonizadores. Foram subjugados, sofreram atrocidades para evitar o roubo de
nossas riquezas minerais ou para se escravizarem em troca de um simples espelho,
como diz a tradição. Isso é o pouco que sabemos, pois as maiores barbaridades
foram filtradas pelos próprios conquistadores de nossas terras.
Ainda recentemente —
durante o exercício do governo anterior — esse povo indígena quase foi
dizimado. E não deslembremos que alguns paladinos que defendiam os indígenas
foram assassinados. Foram presos os executores, mas não os mandantes. E tudo
isso, por quê? Simples de responder: a ganância, a soberba e outros vícios
morais que estão se impregnando na sociedade.
Esses vícios não são
exclusividade do agora. Desde os tempos bíblicos, vemos essas mazelas
instaladas nos governantes. Recordemos que Jesus foi vítima dessas maldades,
vítima de um povo manipulado por quem tinha medo de perder o poder e o
privilégio de retirar do povo os escassos recursos de subsistência, com o apoio
do governo romano.
Paradoxalmente, a cruz
de Jesus, que significaria o testemunho do poder, transformou-se no simbolismo
da religião cristã, no simbolismo de qualquer povo que luta por sua
independência; de qualquer luta, de qualquer um que defende os seus direitos ou
de outrem, como fez Jesus. Essa cruz é também o símbolo do amor: não a carregue
só dependurada no peito, também no coração.
Este sábado tem o significado da expectativa pela Ressurreição do Cristo — Aleluia! —, assim como o ressurgimento dos direitos desse povo, cujos ancestrais pagaram com a vida o preço da colonização selvagem.
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